II. A situação político-religiosa

No ano 747 da fundação de Roma, quando nasceu Jesus, César Otaviano Augusto era o Imperador dos romanos....
Naquele mesmo ano, a Palestina era governada por Herodes, o Grande, que obtivera do senado romano o título de "Rei dos Judeus".
Homem ambicioso e cruel, soube cativar a confiança dos imperadores e o respeito dos judeus.
Mandou restaurar o Templo de Jerusalém, e tentou matar Jesus ainda criança, ordenando a matança dos Santos Inocentes.
Com a morte de Herodes, o Grande (ocorrida no ano 750 de Roma, quando Jesus tinha 3 anos de idade), o Reino foi dividido entre seus filhos.
O governo da Judéia, Samaria e Iduméia, coube a Arquelau, com o título de Etnarca.

Ele foi logo denunciado ao Imperador Augusto, pela grande crueldade. O Imperador o depôs e o enviou para o exílio nas Galias (ano 759 de Roma).
O seu etnarcado passou então à administração direta de Roma, que o governava por intermédio de Procuradores.
O quinto deles foi Pôncio Pilatos que exerceu o cargo durante 10 anos: de 779 a 789 de Roma (26-36 d.C.)
Foi ele quem - diante da instigação dos chefes religiosos judeus - condenou Jesus à morte, numa sexta feira, no dia 7 de abril do ano 782 de Roma.






O governo da Galiléia e Peréia foi entregue ao etnarca Herodes Antipas, o segundo filho de Herodes, o Grande.
Foi ele que mandou encarcerar e decapitar São João Batista e foi diante dele que Jesus compareceu, durante sua Paixão.











A Felipe, terceiro filho de Herodes, o Grande, coube o governo das regiões situadas ao norte do lago de Genezaré (Ituréia, Triconírides, etc), que administrou com sabedoria.
Sómente o evangelista São Lucas o menciona.














Lembra-nos São Lucas no capítulo 3 de seu Evangelho, que no ano XV de Tibério, um certo Lisânias, de quem descobriu-se umainscrição, governava o Tetracardo de Abilinia, que tinha como capital Abila, ao norte de Damasco.
No ano 37 d.C. essa região foi atribuída a Herodes Agripas I, neto de Herodes, o Velho.









Em 767, quando Jesus tinha 20 anos, morreu Otaviano. Tibério César o sucedeu no poder como Imperador.
Durante seu império ( o qual se estendeu até 789), Jesus foi condenado à morte.


No tempo de Jesus, havia entre os Judeus duas correntes religiosas importantes: a dos fariseus e a dos saduceus.
Os fariseus admitiam não somente a Lei escrita dada por Deus e Moisés, mas também e sobretudo a Lei oral, transmitida de geração em geração, a qual continha minuciosas prescrições exteriores.
Jesus, muitas vezes, manifestou-se contra tais exterioridades e vaidades.
Os scribas (ou doutores da Lei) leigos eruditos na Lei e nas tradições, adoravam esses princípios farisaícos, de sorte que nos Evangelhos, várias vezes se confundem com os fariseus.
Os Saduceus, ao contrário, não acreditavam em nenhuma tradição oral.
Da Lei escrita admitiam apenas o Pentatêuco que, segundo eles, permitia que se negasse a ressurreição dos mortos.
Formavam um verdadeiro partido político, composto principalmente de aristocratas e sacerdotes.